sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Relato de Patricia Reis

Patricia Reis faz o seu relato, tem 37 anos, e vive em S.Paulo.
Oi Tony,
comecei a pesquisar na internet "gravidez e lúpus" e cheguei na sua página.
Escrevo de São Paulo, Brasil.
Minha história é uma grande indefinição. Fiquei grávida do meu único filho no final de dezembro de 2000 e tive uma gravidez muito difícil. Dores, cólicas, ameaças de aborto.
Quando entrei no 5o. mês, minha médica me colocou de repouso, parei de dirigir e praticamente só me levantava da cama para ir ao banheiro.
Também tomei muito remédio para segurar (Inibina e Dactil), até que na 36a semana meu filho nasceu, felizmente saudável e sem nenhuma complicação.
O fato é que após o parto dele, comecei a ter dores fortíssimas no corpo, ficar inchada, que na época trataram como depressão.
Só que tomei muito remédio, tirei férias, desestressei e nada dos sintomas passarem. Daí iniciei uma via sacra por muitos médicos e somente quando meu filho completou 2 anos é que recebi o diagnóstico de lúpus. Tomei muitos remédios (cloroquina, corticóides, antiinflamatórios) e a bem da verdade, me sentia pior com eles do que sem eles.
Tudo que tenho é um FAN positivo, que fica na casa do 1/640, as vezes aumenta, outras diminui, no padrão pontilhado fino e reagente no núcleo e placa metafásica.
Nesta minha procura por esclarecimentos, também recebi o diagnóstico de Sindrome de Sjorgren, pois perdi temporariamente a saliva, mas depois de uns 6 meses tomando pilocarpina manipulada, tudo voltou ao normal e este diagnóstico foi descartado...
Como queremos ter outro filho, procurei exaustivamente reumatologistas e obstetras até achar algum que clareasse essa questão. Por fim encontrei um reumato que tirou toda a medicação em dezembro passado e pediu que eu aguardasse uns 6 meses antes de tentar engravidar. E para minha surpresa, sem os remédios, continuo com os mesmos resultados, só o FAN positivo e todos os demais exames de rotina negativos.
Com o tempo aprendi a administrar bem as dores e pra ser sincera, as vezes nem lembro delas.
Resta a dúvida: tenho mesmo lúpus? Já me falaram que tenho doença auto-imune, mas se é lúpus, só o tempo dirá. Sendo assim, resolvi tentar engravidar agora, pois o que mais me desanimava era ver o tempo passando e nada resolvido, nem lúpus, nem filho, só dúvidas.
Tenho medo sim, de alguma complicação na gravidez, mas penso: quando fiquei grávida do meu filho nem sabia da existência desta doença e no final tudo deu certo.
Por isso resolvi escrever, para incentivar outras mulheres a não desistirem dos seus sonhos e acreditar que para tudo na vida há um jeito. Só não há solução para a morte.
Parabéns pelo blog!

Sei que tem muitas mulheres que não conseguem um diagnóstico preciso nesta doença assim como eu. Quando fiquei grávida provavelmente já tinha doença auto-imune, mas não sabia, pois só sentia sempre dores e cansaço, que na vida moderna confundimos com estresse.
E depois de tantos remédios, tantos médicos, ainda assim não tenho certeza se tenho isso, embora eu esteja 99% melhor agora.Parei de pensar na doença e comecei a me ocupar com outras coisas. Sou Consultora de Feng Shui, tenho 2 blogs (http://casaemharmonia.blogspot.com e um de baboseiras e blá blá blás, http://ideiasepatricices.blogspot.com ), que aliás, comecei por orientação médica, como uma válvula de escape para não ficar pensando na doença. E não é que deu certo? Só lembro do lúpus na hora do remédio e mais nada. Desencanei de vez e é por isso que me sinto agora no momento de engravidar de novo.
Obrigada.
Abraços.
Patricia

3 comentários:

Anónimo disse...

Passei para ler mais depoimentos,k
são importantes para o despiste da doença e seu tratamento.
Bom Fim de Semana para o meu clã!
Beijo.
isa.

Gleizy disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Gleizy disse...

Oi, Patrícia! Obrigada pela sua atenção e me desculpe por não ter respondido antes, estava com problemas para postar. Vamos continuar torcendo umas pelas outras, eu também quero muito ter um filho.
Como diria nosso amigo Tony 'Beijinho grande"!!

Gleizy