Tiago Israel faz o seu relato, tem 25 anos, e vive em Ovar
Olá!
Deixo aqui então a minha historia…
Chamo me Tiago Israel, 25 anos e tenho lúpus, mais propriamente lúpus eritmatoso sistémico.
Como começou? Bem, estávamos em Agosto, trabalhava eu já a cerca de 2 anos na pizza hut de Aveiro, quando comecei a ter uns problemas de saúde. A bem dizer, já tinha começado antes, ainda durante as aulas. Cansaço, dores nas articulações, etc. Mas foi a trabalhar a 40 horas nas férias que tudo piorou. Cansaço e muitas dores nas articulações ao levantar, quase nem me mexia… Ate que o meu joelho esquerdo começou a inchar. Hospital de Aveiro aqui vou eu. Resultado: drenagem do líquido e anti-inflamatórios.
Três vezes lá fui, sempre com o mesmo resultado no espaço de um mês, ate que meti baixa e fui a médica de família ver o que se passava. Entretanto, os anti-inflamatórios receitados sem nenhum tipo de protecção para o estômago a acompanhar causaram me uma úlcera, o que envolveu uma endoscopia para confirmação e uns tempos a Ulcermin e mais uns que não me lembro. A minha medica de família tentou realmente, foram exames atrás de exames, raios x atrás de raios x, mas não acertava. Ate que fui a uma consulta de ortopedia no hospital de Ovar, que é onde resido. Lá, o ortopedista, mal viu as analises disse que eu era um caso de reumatologia, não de ortopedia. Viemos recambiados, eu e a minha mãe para a médica de família que lá passou a carta para o hospital da Feira, avisando porem que havia uma lista de espera de pelo menos 2 anos, mesmo marcada como urgente. Como a minha situação detiorava de dia para dia, com perda de peso, anemia, dores nas articulações, fomos falar com o ortopedista que nos tinha “despachado”. Disse-nos ele: “Meus amigos, reumatologia só no Porto e Lisboa, não há na Vila da Feira. Estão a mandar-vos para medicina interna.” A minha mãe, vendo -me com 60 kilos, eu que pesava 94 com 1,95 de altura, perguntou se era verdade da lista de espera. O médico assentiu e disse que o melhor era um privado de momento. A muito custo lá o convencemos a dar o nome de um. Entretanto pairava um diagnóstico ameaçador sobre mim, dado pela médica de família: Artrite Reumatóide. E porque? Derivado a analises que tinha feito, com proteína c reactiva muito alta e ao historial de família, com uma tia já acamada com apenas 43 anos, com essa doença.
Lá fomos ao privado. Dr. Araújo Pinto, consultório em Gaia. “Vão a este médico, é muito bom e trabalha na reumatologia do S. João no Porto”, tinha nos dito o tal ortopedista.
Amigos e amigas, digo vos que no dia em que lá entrei, ele soube logo o que era. Falamos, mostramos as analises que tínhamos (eram resmas de papeis e raios x) e dissemos o que a medica de família achava. Imediatamente recusou esse diagnóstico e marcou análises num laboratório no porto. Olhei para os papéis e vi anticorpos antiDNA etc.
Segunda consulta, a confirmação. Lúpus eritmatoso Sistémico. Graças a internet eu já desconfiava e já ia mais ou menos preparado. Depois, escreveu uma carta a médica de família, para tratar da minha isenção e uma carta para apresentar no Hospital de S. João no Porto para lá ser seguido. Por ele. Desde então, todas as análises e consultas têm sido lá feitas.
Passei por alguns problemas já, sendo o que ultimamente me vem a afectar é renal, vou fazer uma eco amanha e tenho biopsia marcada para quarta dia 15, seguindo se internamento para terapia.
Terapêutica diária :
10 mg de Lepicortinolo
175 mg de Imuran
400 mg de Plaquinol
20 mg de Omeprazol
100 mg de Voltaren em S.O.S.
Já estive com o lepicortinolo a 40 mg mas fui conseguindo reduzir.
Vamos lá a ver agora como corre a biopsia. Do meu médico, Dr. Araújo Pinto só tenho bem a dizer, sempre disponível, inclusive quando ligava para casa dele devido a mais uma visita as urgências, sempre com uma palavra amiga, sempre tudo a tempo e horas. Do Hospital S. João, também sem queixas e com uma palavra de apreço as enfermeiras que já me conhecem e aturam as vezes. Para a minha mãe, companheira de todas estas andanças um grande beijo.
Aqui fica a minha história, acho que já me “estiquei” um bocado.
Tudo de bom e muita força, pois 50% somos nós… Só o resto os medicamentos!